domingo, 4 de novembro de 2012

História dos Desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro


O primeiro concurso entre escolas de samba ocorreu no dia 20 de janeiro de 1929, dia de São Sebastião (Oxóssi), um domingo, na casa do Sr. José Gomes da Costa, Zé Espinguela, na antiga Rua Engenho de Dentro, hoje Adolfo Bergamini.
Zé Espinguela, mulato, festeiro e macumbeiro, era um conhecido sambista da Mangueira tendo sido presidente do Bloco dos Arengueiros e fundador do G.R.E.S. Mangueira. O concurso foi uma competição de samba entre as escolas.
Segundo Cláudio Bernardo da Costa e Antônio Rufino, fundadores da G.R.E.S. Portela, já falecidos, concorreram três escolas de samba: Conjunto Oswaldo Cruz (Posteriormente chamada de Quem Nos Faz é o Capricho, depois chamada de Vai Como Pode e, finalmente de Portela), a Mangueira e o Estácio. O saudoso Juvenal Lopes, fundador da G.R.E.S. Mangueira, diz que também a Favela participou. Há quem também inclua a Unidos da Tijuca. Cada escola podia concorrer com um máximo de duas composições.
O Conjunto Oswaldo Cruz foi representado por Heitor dos Prazeres e Antônio Caetano; a Mangueira, por Cartola e Arturzinho; e a Estácio, por Ismael Silva.
O vencedor do concurso foi o samba de Heitor dos Prazeres. Entretanto, o resultado não foi bem recebido, e houve protestos e tumultos no dia das apresentações. A idéia de Zé Espinguela era promover uma grande festa para a entrega das premiações. Entretanto, começaram a surgir rumores de que haveria pancadarias e violências, pois o pessoal da Mangueira e do Estácio não se conformava com os resultados, principalmente os últimos, revoltados com a desclassificação do samba de Ismael Silva, por ter se apresentado com um conjunto musical onde havia instrumento de sopro (a flauta de Benedito Lacerda).
Foi então resolvido que os prêmios individuais seriam substituídos por homenagens às escolas de samba participantes, com taças iguais diferençadas apenas por fitas coloridas.
As cores escolhidas para as fitas simbolizavam as tendências já existentes entre as agremiações. Assim a taça do Conjunto Oswaldo Cruz levou as fitas azul e branca por causa de N.S. da Conceição, madrinha da escola; a Mangueira ficou com as fitas verde e rosa, cores sugeridas à Escola por Cartola, por causa do Rancho dos Arrepiados do qual fazia parte; e a do Estácio com fitas vermelho e branco, devido à identificação da escola com o clube de Futebol América. Alguns autores consideram o episódio como o verdadeiro fixador das cores das Escolas de Samba. A festa ocorreu no dia 10 de fevereiro de 1930, domingo de carnaval, nas escadarias da Escola Benjamim Constant, na Praça Onze.
O vencedor do concurso, Heitor dos Prazeres, embora não tivesse levado o prêmio, tirou proveito do fato assumindo a liderança, até então contestada em Oswaldo Cruz. De imediato, determinou a troca do nome "Conjunto Oswaldo Cruz" para "Quem nos Faz é o Capricho", tendo também criado uma bandeira para a agremiação. A iniciativa, que teve o apoio de Paulo da Portela sofreu restrições de outros sambistas da área como Antônio Caetano, Rufino e Manuel Bam-Bam-Bam. Nos anos de 1929 e 1930 a escola de samba de Oswaldo Cruz saiu com aquele nome. Em 1931, Heitor dos Prazeres foi afastado, sendo substituído o nome que ele deu, por "Vai Como Pode".
O primeiro encontro entre as nascentes escola de samba condicionou o clima de animosidade que durante muitos anos prevaleceu na disputa.
A divisão em grupos, das Escolas - e as variantes - só aconteceu a partir de 1952. Aqui estaremos procurando contar a cronologia dos desfiles, as comissões julgadoras, os quesitos julgados e as principais alterações nos regulamentos em cada ano.

CARNAVAL
Aqui não era carnaval, mas a tal de "Festa do Entrudo" - vinda da capital portuguesa, Lisboa. Nada de máscaras, blocos, desfiles de ruas. No carnaval carioca do século passado, as batalhas com água e outros tipos de brincadeiras faziam a animação do Rio. Mas logo no primeiro baile, realizado no dia 22 de janeiro de 1835, no Hotel Itália, os foliões cariocas não resistiram ao encanto das máscaras, bigodes postiços, da fantasia, enfim.
Adotar os acessórios que enfeitavam todos na festa de Momo, tudo bem. Mas nada de batuque de maracatu ou de qualquer outro ritmo que dava o tom do carnaval no Nordeste. No Rio, a polca era a dança que Momo e seus súditos teriam que aprender. Só quando chegou o Carnaval do Zé Pereira - período que marcou época no carnaval do Rio de Janeiro quando um sapateiro português, conhecido como Zé Pereira, em passeata pelas ruas, animava a folia carnavalesca - é que o som dos zabumbas e tambores animou os foliões por aqui. Essa abertura permitida deixou o samba à vontade para invadir as ruas e avenidas do Rio. Cuícas, tamborins, tambores, pandeiros e até frigideiras (espécies de panelas) - valia tudo para fazer o folião sambar. Estavam sendo formados os primeiros blocos e escolas de samba cariocas que nunca mais deixaram Momo parado no Rio de Janeiro.
Precedidos na escala do tempo pelos Ranchos, uma tradição autêntica do Carnaval brasileiro, sobre os quais, por sinal, as escolas de samba foram buscar os modelos e a estrutura do seu funcionamento, estas, no entanto, ao iniciarem seus desfiles pelas ruas do Rio de Janeiro, praticamente empolgaram o público e conquistaram desde então a primazia.
O primeiro desfile de escolas de samba ocorreu em 1932, na Praça Onze, sob a promoção do jornal Mundo Esportivo, tendo conquistado o 1o. Lugar a Estação Primeira de Mangueira.
O primeiro desfile de Escolas de Samba com arquibancadas para assistência e vendidas ao público, foi no Carnaval de 1962, na Avenida Rio Branco, com 3.500 lugares.

CONJUNTO HARMONICO
Neste quesito o julgador irá avaliar o perfeito entrosamento entre o ritmo e o canto, bem como o andamento coeso da dança de acordo com a cadência uniforme da Bateria. Deve ser observado, a perfeita igualdade do canto do samba enredo pelos componentes da escola, na mesma tonalidade do interprete, durante todo o desfile.
- o entrosamento entre o canto, ritmo e a dança, inclusive nas alas de passo marcado.
- o andamento progressivo do desfile de acordo com o ritmo imposto pela bateria.
- a manutenção do espaçamento o mais uniforme entre alas e alegorias.
- a espontaneidade, a empolgação e a vibração dos desfilantes.

E PENALIZAR:
- a falta de harmonia do canto, ou seja, a ocorrência do fenômeno chamado de "atravessamento do samba" que acontece quando uma parcela dos componentes canta uma parte da letra, enquanto outra parcela, concomitantemente, canta outra parte da mesma letra, entoando outros versos;
- a ausência do canto do Samba-Enredo, em segmento da Escola; e,
- a falta de harmonia do samba, que pode ocorrer quando houver divergência entre o ritmo imprimido à Escola pela Bateria, que não é mantida e/ou acompanhado pelo canto da melodia do Samba.
- a ocorrência de correria;
- a ocorrência de retrocesso e/ou retorno à pista de Alas, Destaques e/ou Alegoria, durante o desfile da respectiva Escola; e,
- a embolação de Alas e/ou Grupos. (Ex.: uma ala adentrando em outra).
- a abertura de claros (buracos),

NÃO DEVERÁ LEVAR EM CONSIDERAÇÀO:
- a eventual pane no carro de som e/ou sistema de sonorização da Avenida; e,
- a abertura de claros (buracos) que ocorram por necessidade técnicas naturais do desfile, dentro dos limites necessários, ou seja, os espaços exigidos para:
- exibição de Mestres-Salas, Porta-Bandeiras, Comissão de Frente e coreografias especiais;
- colocação e retirada de Baterias de seus recuos próprios.;
- questões inerentes a quaisquer outros Quesitos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário